Pesquisa

História do Município


AS ORIGENS HISTÓRICAS DO MUNICÍPIO DE ESCADA

 

As origens históricas do município de Escada remontam a uma aldeia de índios das tribos Potiguares, Mariquitos e Tabajaras, que já existia em 1685. A aldeia situava-se à margem esquerda do rio Ipojuca, a uma distância de 60 quilômetros da praça do Recife.

O governador da província de Pernambuco, João da Costa Souto Maior, incumbiu aos padres da Madre de Deus a direção espiritual dos índios. Quando o missionário encarregado da catequese indígena chegou ao local, resolveu erigir um nicho para Nossa Senhora da Apresentação, no alto da colina ao redor da qual se estendia o aldeamento.

Como o local ficava numa parte alta do terreno, fez construir uma grande escada de degraus cavados na argila para facilitar o acesso dos fiéis. Por isso, o lugar ficou conhecido por Aldeia de Nossa Senhora da Escada de Ipojuca e, depois, simplesmente Escada.

Posteriormente o nicho foi substituído por uma capela, que chegou a ser matriz da freguesia, demolida mais tarde para edificação da atual matriz. Segundo consta em vários documentos, em 1757 a aldeia já se transformara em uma povoação, com aumento da população não apenas indígena, mas também de colonos que para ali acorriam em busca de terras férteis.

O aldeamento, que fazia parte da freguesia de Ipojuca, foi extinto em 1773 e, por ordem do governador, os índios foram mandados para a então colônia de Riacho de Matos. A freguesia de Escada foi criada por Carta Régia de 27 de abril de 1786, que também criou o distrito com a mesma denominação, sendo seu território desmembrado da paróquia de Ipojuca. Passou então a fazer parte do termo da vila de Recife.

O primeiro pároco foi o padre Francisco Cavalcanti de Albuquerque Lacerda. Os distritos das freguesias de Escada, Cabo e Ipojuca passaram a fazer parte da então criada vila e respectivo termo do Cabo de Santo Agostinho, por Alvará de 27 de julho de 1811. (O Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios de Pernambuco cita a criação da vila do Cabo de Santo Agostinho com a data de 19 de agosto de 1811).

Em 07 de dezembro de 1813, através de Alvará, a área da freguesia de Escada foi aumentada com a incorporação de alguns engenhos das freguesias do Cabo, Vitória de Santo Antão e Sirinhaém. A Lei Provincial nº 326, de 19 de abril de 1854, elevou a povoação de Nossa Senhora da Escada à categoria de vila, e criou o município na freguesia do mesmo nome, com território desmembrado do município do Cabo de Santo Agostinho, do qual fazia parte.

A Câmara foi instalada em 09 de outubro do mesmo ano. A Lei Provincial nº 1.093, de 24 de maio de 1873, (aniversário da cidade) deu à sede municipal o predicamento de cidade e comarca de 2ª entrância, tendo sido instalada pelo seu primeiro juiz de direito, Dr. Pedro Camelo Pessoa.

Com o regime republicano, o município foi constituído no dia 04 de abril de 1893, ganhando autonomia legislativa, com base na Constituição Estadual e no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 03 de agosto de 1892, promulgada durante o governo de Alexandre José Barbosa Lima.

A criação do distrito de Escada foi confirmada por Lei Municipal de 06 de março de 1893. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros), o primeiro prefeito republicano foi Antônio Hermenegildo de Castro, enquanto Sebastião de V. Galvão (Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco) diz que foi Manoel Antônio dos Santos Dias.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 e posteriormente 2002 o município aparece constituído de três distritos: Escada, Frexeiras (ex-Frecheiras), e Massauassu.

 

Fontes: Agência CONDEPE/FIDEM, Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios de Pernambuco. Recife: CEHM, 2006. v. 3 BARBALHO, Nelson.

Cronologia Pernambucana; subsídios para a História do Agreste e do Sertão – de 1811 a 1817. Recife: FIAM/CEHM, 1983.

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. Rio de Janeiro: IBGE, 1958. v.18. FONSECA, Homero.

Pernambucânia: o que há nos nomes das nossas cidades. Recife: CEPE, 2009. GALVÃO, Sebastião de V.

Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco. Recife: CEPE, 2006. v. 1 e 4.

PERNAMBUCO. Tribunal de Justiça. História das Comarcas Pernambucanas. 2ª Ed. Recife, 2010.

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/pernambuco/escada.pdf